Cidades pelo país amanhecem com protestos contra Temer e reformas(Fonte: Reuters)
Brasília amanheceu nesta
sexta-feira sem os serviços de ônibus e metrô em decorrência de uma greve
convocada por centrais sindicais contra as reformas trabalhista e da
Previdência propostas pelo governo do presidente Michel Temer, enquanto
protestos prejudicavam o trânsito em outras cidades pelo país.
Manifestantes também bloquearam
as portarias de uma refinaria da Petrobras em Cubatão, no interior de São
Paulo, com uma faixa "Petroleiros em Greve", impedindo a troca de
turno entre trabalhadores do local, de acordo com imagens ao vivo da emissora
de TV Globonews nesta manhã.
No Rio de Janeiro e em São
Paulo, onde os transportes públicos estavam funcionando normalmente,
manifestantes bloquearam vias importantes e provocaram congestionamentos. A
Prefeitura do Rio declarou estágio de atenção em consequência das interrupções
no trânsito.
Os acessos aos aeroportos da
capital fluminense, o Galeão e o Santos Dumont, também foram bloqueados por
manifestantes, forçando passageiros a caminhar longos trechos carregando suas
malas, mostraram imagens da TV.
Houve também um protesto com
dezenas de pessoas aos gritos de "Fora Temer" no interior do aeroporto
paulista de Congonhas, mas sem afetar os voos, de acordo com a Globonews. O
presidente é alvo de uma denúncia apresentada pela procuradoria-geral da
República pelo crime de corrupção passiva.
A adesão à greve era menor do
que no movimento anterior convocado pelas centrais, no fim de abril, quando
diversas cidades tiveram paralisação nos transportes públicos no início da
manhã.
Estão marcados protestos nesta
sexta-feira, no entanto, para cobrar mudanças nas propostas de reformas
trabalhista e previdenciária, que as centrais sindicais afirmam prejudicar os
trabalhadores.
O movimento desta sexta ocorre
na mesma semana em que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a
proposta de reforma trabalhista, superando o último obstáculo antes de ser levada
a votação no plenário da Casa.
A reforma trabalhista segue três
eixos, sob o argumento de modernizar as leis que regem o trabalho: os acordos e
negociações prevalecerão sobre a legislação vigente, a retirada do caráter
obrigatório da contribuição sindical, e o princípio da intervenção mínima do
Judiciário nas negociações trabalhistas.