O Dr. Felipe Augusto, filho de Dão de Caboclinho com a Potiguar Dr. Maria de Lourdes Leite, apresenta balanço sobre sua atuação frente a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, o que me deixa lisonjeado por gozar de sua amizade, o que também prevalece sobre todos os tupatamenses.
Convictos da capacidade profissional do "comandante" da FENAPAF, esperamos que 2.018 oferte todas as possibilidades para que se complemente ainda mais sua administração frente a instituição, como vem fazendo, com transparência, lisura, compromissado em defender os profissionais e, acima de tudo, zelando pelo nome dos seus Pais e o de Tuparetama.
Exclusivo: Presidente da FENAPAF faz balanço da gestão
O
Presidente da FENAPAF, Felipe Augusto Leite, recebeu a equipe do
fenapaf.org.br na tarde desta 4ª feira (27/12) na moderna sede do
Sindicato dos Atletas do Rio Grande do Norte – SAFERN, em Natal.
Site: Como o senhor avalia o seu 2º ano de administração à frente da Fenapaf?
Felipe: tivemos mais um ano de intensa dedicação aos atletas que atuam
no futebol brasileiro. Seguindo a linha traçada desde o começo,
intensificamos os contatos com as instituições responsáveis pelo
futebol, clubes, federações, universidades e também o Governo Federal.
Esse trabalho de relacionamento não vai parar. Destaco alguns outros
pontos importantes, como a campanha da faixa pela proteção aos direitos
dos atletas, a campanha “Todos por Vocês” em favor das vítimas e suas
famílias do vôo da Chapecoense, a campanha “Novembro Azul” de alerta
sobre o câncer de próstata, todas com apoio maciço da categoria.
Conseguimos normatizar judicialmente o intervalo de 66 horas entre duas
partidas e o limite de 28 graus em jogos realizados às 11h. A proteção à
saúde dos atletas é nossa grande marca.
Site: algo mais?
Felipe: com o apoio do nosso Conselho Deliberativo e da nossa diretoria
adquirimos e equipamos nossa sede própria em um moderno prédio na Barra
da Tijuca, Rio de Janeiro. Estamos vendo os sindicatos estaduais com
atuações mais firmes junto aos atletas, aprimorando o relacionamento
sadio entre todos. As causas políticas de mudança da Lei Pelé tem sido
debatidas com os atletas antes mesmo de tomada de posições no Congresso
Nacional. Conseguimos montar um quadro de cumplicidade com a categoria e
tê-la unida em prol de todos é uma conquista fantástica.
Site: o Clube de Capitães tem ajudado?
Felipe: opa, só tem ajudado a discutir e difundir nossas ideias e ações
sociais, políticas e administrativas. Tudo o que fazemos é passado pelo
Clube de Capitães. Ajustes serão feitos a partir de janeiro para que
seja atualizada a representação em cada clube brasileiro. São muitas
transferências de atletas e precisamos fazer esses acertos pois já somos
110 capitães e outros líderes.
Site: a CBF passa por um sério problema administrativo, seu presidente
está afastado. Como o senhor avalia essa questão e como pode prejudicar o
futebol brasileiro, especialmente a relação com os atletas?
Felipe: nós não temos interesse em interferir nas causas interna
corporis da CBF e as questões de comportamento devem ser apreciadas
pelos órgãos competentes, sejam de fiscalização, investigação ou
punição, eis que ninguém pode estar acima das leis. Nossa atuação
persegue o exercício sadio e amplo da profissão. Discutimos meios de
evitar o amadorismo administrativo dos clubes e o aumento das dívidas
trabalhistas e fiscais, afinal de contas, clubes fortes, atletas fortes
também. Focamos um calendário em que a maioria dos atletas brasileiros
tenha o direito de exercer a profissão com dignidade, acesso ao
trabalho, garantia constitucional e direito fundamental do cidadão.
Somos 11.571 atletas registrados e apenas 1,2 mil trabalham o ano todo,
ou seja, 10%. O ano passado tínhamos 18 mil postos de trabalho.
Site: e os clubes, o que fazem?
Felipe: temos um quadro contrário aos nossos interesses. O Brasil tem
algo em torno de 700 clubes registrados mas apenas 40 atuam o ano
inteiro. Isto é grave. Os clubes estão deixando de existir ou mesmo
assumindo passivamente suas sazonalidades por atuarem apenas durante
três meses no ano. Estamos adubando um gravíssimo problema social:
famílias estão sendo devastadas, o nosso atleta ainda jovem está sem
expectativa de futuro, há flagrante aumento da marginalidade e
consequente incremento da criminalidade praticada por atletas de futebol
sem emprego, o alcoolismo fulmina um número cada vez maior de atletas e
o suicídio virou prática comum na categoria. Precisamos acordar pra
isto.
Site: qual o papel da Fenapaf diante dessa realidade?
Felipe: Essa realidade já foi passada à CBF pela Fenapaf mas não tem
sido tarefa fácil mudar este quadro. Na Copa do Brasil e na Série D
houve aumento do número de clubes participantes, todavia, caiu o período
de trabalho dos atletas. Já em junho apenas 92 clubes estão em
atividade no País, ou seja, 15% do total. Existe uma profunda anomalia
no desenrolar do ano esportivo no Brasil, onde pouquíssimos atletas
jogam demais, a esmagadora maioria joga de menos e não há vontade
política de mudar essa triste realidade. O Governo Federal já sabe disto
mas também ainda não sensibilizou-se a fim discutir, tornar a sua
obrigação em ação e enfrentar o problema. Fomentar o esporte no Brasil é
previsão constitucional apenas no papel, infelizmente.
Site: como ficaram a questão das férias em 2018?
Felipe: a CBF apresentou o calendário garantindo os 30 dias
ininterruptos e nos deixou satisfeitos pois demonstrou respeito ao
atleta. Lamento, entretanto, que a pré-temporada tenha sido abalada em 9
dias: é que há 03 anos temos 25 dias exclusivos de treinamentos antes
do início das competições e isso foi alterado por causa da Copa do
Mundo, evento previsível que ocorre há quase 90 anos. A ciência explica
que houve retrocesso.
Site: o que atormenta o presidente da Fenapaf na proposta de reforma da Lei Pelé?
Felipe: há duas propostas tramitando no Congresso Nacional. Na Câmara
dos Deputados temos a Lei Geral do Futebol que vem sendo debatida há
quase três anos, Comissão presidida pelo Andrés Sanches e relatada pelo
Rogério Marinho. Estivemos em diversas audiências públicas e nos
gabinetes desses parlamentares que sempre foram atenciosos conosco,
principalmente na reconsideração de vários temas propostos na redação
inicial. Lamento não ter convencido ainda quanto a proposta de
fracionamento das férias em dois períodos de 10 e 20 dias e do
fracionamento do repouso semanal remunerado, em dois períodos de 12
horas. O descanso do atletas significa uma melhoria no espetáculo,
incremento do número de torcedores, patrocinadores e consequente geração
de empregos. A questão da rescisão antecipada é outro tema polêmico
nessa proposta e que merece revisão.
Site: e no Senado?
Felipe: a proposta do Senado Federal ganhou o nome de Lei Geral do
Desporto e abrange várias modalidades. A presidência da casa nomeou um
grupo de juristas renomados em direito desportivo, sob a coordenação do
Doutor Wladimyr Camargos, e foi elaborada uma proposta bastante ampla.
Os projetos aguardam aprovação da primeira redação e acredito que a
melhor solução é uma fusão de ambos. Esperamos que a boa ideia de
modernizar a legislação não leve mais uma vez à subtração dos direitos
dos atletas.
Site: o senhor pode mandar uma mensagem para os atletas?
Felipe: claro que sim. Esperamos continuar evoluindo nas relações que
temos com os sindicatos regionais, base de todo o nosso trabalho. A
interação com os atletas será outro marco em 2018 pois nós todos
trabalhamos para o bem deles. A maior conquista até agora foi essa
parceria com eles e também outra conquista marcante foi a maior
conscientização dos atletas de ponta em ajudar os mais necessitados,
àqueles que ganham até 4 salários mínimos mensais, 95% do total, e que
ficam a maior parte do ano desempregados. Agradeço de coração a
confiança que estão tendo em nosso trabalho e espero que o ano novo seja
repleto de oportunidades à todos, e que o nosso futebol reconquiste a
hegemonia do futebol ganhando a futura Copa do Mundo, na Rússia.